Oráculos

A divinação é definida como a prática de adivinhar ou vislumbrar informações não conhecidas de forma consciente pelo praticante. Estas informações podem provir de várias fontes, desde o inconsciente do próprio magista, ou seja, informações que o próprio já havia captado mas não tinha conhecimento disso de forma consciente, até egrégoras que estão no plano etérico e são lidas por meio do método divinatório.

Os métodos divinatórios podem propiciar, também, um encadeamento de informações que já são conhecidas, permitindo realizar projeções sobre o que vai acontecer no futuro. De qualquer forma, na maioria dos métodos de divinação não é necessário definir de onde vieram as informações, focando-se apenas nas formas de canalizá-las para a mente consciente.

Aleatoriedade e Interpretação

Os dois aspectos mais importantes dos métodos divinatórios são, de forma geral, o fator aleatoriedade, que permite que os resultados sejam afetados por energias sutis como as egrégoras e os elementos inconscientes já adquiridos pelo leitor, e o fator interpretativo, que consiste na habilidade do consultor de traduzir os resultados do método para a linguagem humana, seja para entender na prática o que está sendo dito, ou para explicar a outrem.

No que toca aos métodos em si, estes geralmente possuem “casas” e “elementos”. As “casas” são regiões espaciais que representam diferentes atores em uma situação, setores da vida, ou contextos, onde os “elementos” podem cair, formando diversas combinações que seriam os resultados possíveis.

Métodos de Tiragem

Quando se faz um jogo sorteando três cartas do Tarot, três cartas ciganas ou três runas, por exemplo, deve-se primeiramente definir o que representam as três “casas” onde os elementos podem aparecer. Existem métodos onde as três casas representam aspectos gerais de uma situação ou uma pessoa, mas as três casas também podem representar passado, presente e futuro, ou então início, meio e fim de um dia, de uma semana, ou de um ciclo. Os “elementos”, por sua vez, irão aparecer nestas casas, e nestes três sistemas divinatórios, especificamente, não pode haver repetição, uma vez que as cartas e as runas que já saíram não são retornadas para um novo sorteio.

Há ainda a possibilidade de se usar mais casas, como no método da cruz celta, com 10 casas representando a situação do consulente, o que está impedindo ele no momento, o que está influenciando a situação por cima, o que está oculto sob a situação, o passado, o futuro, o papel do consulente, o papel dos outros à sua volta, os medos e preocupações, e o resultado final.

Interpretações detalhadas

Além das interpretações básicas, existem ainda interpretações que utilizam combinações ou critérios de posições relativas entre os elementos. No caso dos métodos que usam elementos posicionados aleatoriamente no espaço de leitura, os elementos podem formar desenhos, como é o caso da leitura de borra de café, sombras, nuvens ou fogo. No caso dos mapas astrais, há triangulação entre planetas, entre outras conjunções. Já no caso do Tarot, a predominância de um naipe ou de arcanas maiores com um mesmo caráter pode ter significação especial.

Quanto mais elementos e casas, mais combinações possíveis para os métodos de leitura. Por outro lado, mais restritas são as interpretações dos elementos. Por exemplo, todas as situações que poderiam acontecer na vida de uma pessoa estão resumidas nas 78 cartas do Tarot de Marselha, mas no Futhark estas situações estão resumidas em 24 runas. Sendo assim, de forma geral, é natural que cada runa englobe um maior volume de significados do que cada carta do Tarot. Desta forma, a interpretação é mais complexa quanto menos possibilidades de resultados final houver no método.